quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

SABE A DISTÂNCIA QUE FRODO E SAM PERCORRERAM?

Ao analisarmos toda a história da Comitiva do Anel, perceberemos inúmeros desafios, perigos, emoções, e principalmente algo que pode de certa maneira passar desapercebido, o fator distância.
Todos os membros percorreram uma árdua caminhada rumo ao objetivo; este que estava mantido em segredo até certo ponto; que era aniquilar Sauron jogando o Um Anel nas lavas (1) da Montanha da Perdição, e para isso, tiveram que marchar para a terra onde o mal nunca dorme, um reino cheio de cinzas, desertos, com um ar “venenoso”, uma verdadeira desolação, um terror inaceitável para os padrões humanos e élficos. Mas essa marcha até Mordor nunca foi fácil devido aos diversos perigos (inimigos) que poderiam encontrar ao longo do caminho, mas existia um outro perigo já mencionado, a distância.

Este fator deve ser considerado, pois a Terra Média possui dimensões semicontinentais consideráveis para a realidade dos povos que a habitavam. Não era fácil, por exemplo, se deslocar de Imladris aos Portos Cinzentos, ou até mesmo as aventuras de Bilbo com Gandalf e os anões até o Monte Erebor. Eram caminhadas duras, desgastantes, cheias de terrenos com diferenças marcantes nas altitudes (2), planícies, planaltos, pântanos, florestas; as próprias mudanças biogeográficas (biomas) ao longo de toda a Terra Média. Esses fatores contribuem para colocar o fator distância como inimigo respeitável para determinas situações, como exemplo, a comitiva do anel rumo ao sudeste da Terra Média.
Partindo para uma apresentação mais exata, foram feitos cálculos para determinar um valor próximo do real, em quilômetros, percorridos pelos membros da comitiva do anel especialmente Frodo Bolseiro e Samwise Gamgi, objetos deste artigo.

Para isso, a primeira etapa considerável da viagem foi a partida da Vila dos Hobbits até a casa de Elrond em Imladris. Foi uma viagem longa e cheia de riscos para os pequenos, e a distância foi da ordem de 736 km. Após terem permanecido um bom tempo em Imladris Frodo e Sam juntamente com os demais membros partiram em direção ao sul, mas devido às circunstancias do destino, eles chegaram a Mória e percorreram mais 320 km. Partindo pela jornada no escuro a partir do Portão Oeste, foi percorrida uma distancia de 64 km (ou 40 milhas na própria fala de Gandalf no filme SDA). Após o desastre com o Balrog, os membros percorreram uma grande distância através dos contrafortes (3) orientais da cordilheira das montanhas sombrias em direção as Cataratas dos Rauros, nas proximidades de Amon Hen. Vale ressaltar que durante esse percurso a comitiva passou uma pequena temporada nas Florestas de Lothlórien; a distância foi na ordem de 560 km. Este foi um dos momentos mais infelizes da Sociedade, pois ocorreu o rompimento da mesma:



  • Intervenção de Saruman através dos Uruk hai;
  • A loucura de Boromir e sua posterior morte;
  • Seqüestro de Pip e Merry.

  • Com o rompimento da Sociedade, Frodo e Sam foram sozinhos para a terra do Senhor do Escuro através da margem leste do Grande Rio, o Anduim, até atingirem as desoladas colinas de Emyn Muil. A partir daí receberam mais um companheiro, o Gollum que os conduziu até o Morannon através dos contrafortes sudeste das Emyn Muil e pela região dos Pântanos Mortos. Todo esse percurso de Rauros até o Morannon media uma distância de 288 km. Os pequenos perceberam que era difícil entrar em Mordor pelo norte, resolveram então pegar uma rota alternativa, mas ao mesmo tempo tão perigoso quanto o Portão Negro. Partiram para o sul através da bela Ithilien do Norte fugindo do perigo imediato de dos horrores dos servos de Sauron. Por um tempo respiraram um pouco do ar puro novamente. Em todo esse percurso andaram 64 km e deste local até a encruzilhada foram mais 160 km, voltando novamente à desolação e a ameaça iminente do maior servo do Senhor do Escuro, o Rei Bruxo de Angmar já prestes a marchar com seus soldados a Minas Tirith. Da encruzilhada até o Orodruim foram mais 160 km de sofrimento e o desgaste ainda maior, pois, já estavam nos domínios de Mordor e com isso, andar os 160 km com o Um Anel pendurado no pescoço se tornou muitíssimo pesado (Pela aparência de Frodo, parecia que estava carregando nas costas o próprio Sauron tomado de sua forma física).

    Após dias, meses de luta e caminhada, o objetivo de Frodo e Sam chegou ao fim, pois conseguiram a duras penas jogar o Anel no fogo da Montanha da Perdição. Com a derrocada de Mordor, os pequenos através da ajuda do Senhor das Águias foram resgatados e levados para Minas Tirith, somente aí foram mais 240 km, mas desta vez voando.

    Após a coroação de Aragorn Frodo e Sam permaneceram uma temporada em Minas Tirith, mas como o Condado os chamavam de volta, resolveram retornar numa longa viagem até chegarem novamente à casa de Elrond. Este percurso foi de 1.120 km e por fim, de Imladris a Vila dos Hobbits novamente os 736 km.

    O total aproximado que viajaram foi de 4.480 km, uma viagem longa e desgastante para os padrões da época e principalmente para os dois hobbits. O total que ambos viajaram ultrapassou a distância que o Brasil possui de Norte a Sul, ou melhor, do Oiapoque ao Chuí que totalizam 4.394,7 km. Com certeza, depois de tanto sofrimento pela viagem e pelo fardo carregado tanto por Frodo quanto por Sam, ambos tinham o merecimento de partirem em períodos diferentes para as Terras Imortais para ofuscarem o passado sombrio no qual haviam passado.



    segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

    VIDA NOVA

    Você viu? Você viu todos os fogos do Reveillon. Está na hora de se importar com o que realmente interessa. Chega de frieza, chega de cegueira e pare de sonhar que o trabalho inteiro foi feito. Que o Senhor nos abençoe a sentir dor!

    Tristeza no céu por largarmos pessoas nas ruas? Por quê não? A igreja não "compra briga" com aquilo que interessa e sim pelas coisas desinteressantes da vida.

    Chega, vamos embora. Vamos sair dessa imensa confusão. Não feche teus olhos. O trabalho precisa continuar.

    segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

    PROPÓSITO PARA UM ANO NOVO

    Além disso, naqueles dias, vi alguns judeus que haviam se casado com mulheres de Asdode, de Amom e de Moabe.  A metade dos seus filhos falavam a língua de Asdode ou a língua de um dos outros povos e não sabiam falar a língua de Judá.   (Neemias 13:23, 24 NVI)

    Este episódio triste ocorreu em Jerusalém durante o governo restaurador de Neemias.

    Neemias foi levantado por Deus para fazer a reconstrução da cidade de Jerusalém, após os anos de cativeiro do povo de Israel na Babilônia, e tomou a seu cargo agir por fé e dependência divina, ardendo em zelo pela causa de Deus e do Seu povo. Mas não confinou sua missão à realização da restauração física e aparente. Trabalhou, juntamente com o sacerdote Esdras, pela restauração espiritual e moral do seu povo. Foi assim que em suas sindicâncias deparou-se com um  trágico efeito de misturas:  pelo fato de, em desobediência explícita à Palavra de Deus, os homens de Judá uma vez habitando entre aqueles povos terem feito casamentos mistos, agora boa parte dos seus filhos (metade), emergiam como subprodutos dessa mistura, falando meio asdodita,  ou seja, um idioma que transitava entre a língua do povo de Deus e o linguajar do populacho no meio do qual vinham misturados. Era o que conhecemos como dialeto. Essa mistura vista na fala denunciava conteúdos doutro teor de mistura: Esdras afirma, no mesmo contexto, que essa geração transitava na prática dos costumes pagãos dos povos da terra. Ou seja, o linguajar evidenciava conteúdos contaminados, que os descaracterizavam como filhos legítimos e os denunciavam como miscigenados com um estilo de vida contrário aos caminhos traçados por Deus.

    Fico pensando na extrema necessidade que a nova geração evangélica tem de um restaurador de veredas da têmpera de um Neemias.

    Mistura de hábitos, práticas e formas de trânsito nas lides deste mundo tem revelado um idioma contaminado na boca de nossos filhos, os filhos produzidos nesta geração de crentes, em sua maioria esmagadora. Por onde passamos podemos constatar isso com pesar. Em nome de uma falsa ideologia que pretende circunscrever a Graça à permissividade de práticas mundanas, os filhos têm falado meio asdodita em muitas áreas da vida, com o aval e mau exemplo de seus pais crentes, em áreas inegociáveis como o namoro com liberação instintual da sexualidade ( pergunto: onde foi parar o conceito bíblico que reprova obras da carne como fornicação e sexo ilícito? Se a permissividade explícita hoje popularizada no mundo como ficar adentra o arraial do povo de Deus como coisa comum e normal, o que vai ocupar o lugar denunciado biblicamente como fornicação?). Não só. Fala-se meio asdodita nas transações financeiras, nas celebrações sociais, no uso de bebidas alcóolicas, no trânsito em ambientes moralmente discutíveis e no próprio linguajar que perdeu o lugar depurado para dar espaço a xingamentos e palavras torpes, entre tantas outras coisas.

    A geração responsável por ensinar e preservar valores, não só tem sido omissa por conta de haver perdido noção do que a Bíblia aponta como separação requerida e recomendada aos crentes, tecnicamente conhecida como santificação, quanto o é por conta de temer taxação como "careta" ou hipócrita, ou radical ou presunçoso. Diga-se de passagem que já fui homenageado com tais títulos algumas vezes.

    Em nome de um liberalismo que longe está do que o Evangelho de Cristo preconiza como liberdade, destruímos valores espirituais de alto custo.  O Deus visto e anunciado por Isaías como três vezes Santo, aguarda a identificação do Seu povo consigo pelas vias da santificação. Ser crente apenas, não é sinônimo de ser santo. E ser santo não é sinônimo de ser pietista, religioso ou beato. Ser santo é viver na dimensão do compromisso espiritual que nos posiciona neste mundo, sem afastar-nos dele, como inimigos de suas práticas injustas e desdenhosas. É viver na dimensão do temor a Deus que nos caracteriza como pertencentes a Ele na mesma medida em que nos caracteriza como não mais deste mundo, porque ouvimos Sua palavra dizer: esta é a vontade de Deus, a vossa santificação.

    O conceito cristão de santidade ao Senhor é claro. Fala um idioma bastante definido, e este não é o evangeliquês, mas aquele que permite a Deus dizer que não tem vergonha de chamar-Se nosso Deus. O conceito cristão de santidade é aquele que emparelha os crentes na fileira dos que temem a Deus por saber que todo o que se faz amigo do mundo torna-se inimigo dEle; também os caracteriza enfileirados como aqueles que sabem que o compromisso de Deus quanto a realizar coisas novas é com os que se santificam. É consciência daqueles que sabem que devemos à Graça uma resposta de não conformação com o esquema deste século, mas de transformação, ou seja, ultrapassar a forma, uma vez que ela, a Graça,  vai renovando o nosso entendimento. E isso envolve, seja lido no campo da teologia quanto da psicologia, o comportamento, o discurso e as atitudes, porque aponta mudanças internas que passam a impregnar toda a forma de manifestação visível no mundo social. Daí Jesus ter dito que a boca fala do que está cheio o coração. Minimamente o crente nesta geração precisa ter vigilância quanto ao seu devir na vida, porque este vai denunciar o que o move, que idioma fala.

    Santidade ao Senhor não é religiosidade e também não é fruto de ascetismo auto-imposto ou alter-imposto. É resposta espontânea de um coração convertido a Jesus. É fruto de identificação com Ele e com os dEle. Trilha pelo caminho da renúncia quando se preocupa em não comer carne para não escandalizar o irmão mais fraco, ou seja, é um compromisso que vai além da própria consciência no dizer de Paulo.

    Santidade ao Senhor envolve a consciência de se saber não idôneo, e a partir daí procurar mais dependência do Espírito Santo, em lugar de abrir mão do exercício de renúncias válidas por se achar fraco e insuficiente.

    Santidade ao Senhor é a via por Ele apontada, que inclui o testemunho por implicação, biblicamente apontado como evitar a aparência do mal, para que a vida espiritual goze credibilidade e poder.

    Santidade ao Senhor é retirada do cenário da ambição material, da concupiscência da carne, linguagem tão densamente bíblica que soa estrangeira aos ouvidos dos que falam meio asdodita.

    Esta linguagem toda acima, está estranha a seus ouvidos? Quando não entendemos o que alguém nos diz, pensamos: ele fala outra língua; ou: está bêbedo por mosto? Ou rechaçamos o discurso dizendo:  é radicalismo religioso.

    Não. Santidade ao Senhor é disciplina para cristãos zelosos, coisa que se deve procurar viver, e que deve ser passada de pais para filhos. Então sobre esses filhos se cumprirá a Palavra que proclama: ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando  for grande não se desviará dele.

    Os homens dos dias de Neemias, confrontados por terem fracassado nessa missão, arrependeram-se diante do Senhor.

    Uma dica: santificação pessoal é canal de AVIVAMENTO espiritual. A vida libertina na fé, é via de descrédito e fracasso em todas as áreas, falso poder, conquista mundana.

    Neste assunto cabe a advertência de Paulo: aquele que pensa estar de pé, cuide para que não caia. Chamo sua atenção para estas duas possibilidades: estar de pé e cair.

    Estamos falando o mesmo idioma?
    Eu convido você a assumir santidade ao Senhor como propósito para sua vida e caminhada de fé neste novo ano de 2014. Vamos trilhar juntos esta carreira?

    Pr. Cleber Alho