É assim que William Bonner fala todas as noites, no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. Confesso que estava com saudades de assistir o famoso telejornal, mas devo dizer que hoje ainda estou tentando digerir as informações que ví e ouví.
A primeira pergunta que eu me faço é: de que servem as informações? Será que são simples coisas que usamos para coçar as orelhas enquanto comemos a janta? Para que vemos os Jornais? Qual é o propósito de "ficar informado"?
A rapidez das informações é grande hoje em dia. Em um clique você pode ver e ler o que quiser. Em seu navegador, você pode abrir diversas abas e, dentro de cada uma, saber como está o Flamengo, em outra assistir um vídeo no YouTube e na terceira ler as notícias do UOL. Tudo isso em questão de segundos. Quando vamos para a televisão, a coisa não muda muito. Informações e "entreterimento" para todos os lados. As vezes parece que somos como esponjas que absorvem e absorvem, mas que não faz diferença alguma. Afinal de contas, a informação vem e vai. Em um clique. Em um botão.
Hoje o Jornal Nacional foi difícil demais para mim. A começar com a notícia de uma senhora que morreu por causa de um erro de uma estagiária. Pasmem: a senhora morreu por causa de uma infusão de café com leite em sua veia. A bebida foi para o coração, ele bombardeou para o pulmão e a mulher morreu. Revolta em São João de Merití, Baixada Fluminense. Tem coisas que só acontecem na Baixada. Mas rapidamente Bonner faz a chamada para o próximo bloco pois precisamos saber quem entrará no lugar do jogador Marcelo no jogo de amanhã. Tem coisas que só acontecem na Seleção.
"Mas peraí, como é que fica aquele choro da filha que, por um desastre insano, viu sua mão falecer por causa de café com leite?", pergunto eu. Enquanto pensava, a propaganda já tinha começado e pela miléssima vez ouço a pergunta: quem matou o Max (Novela Avenida Brasil). A foto da mulher que morreu insanamente não sai de minha cabeça, muito menos a notícia de que as favelas (agora) estão ocupadas pela polícia. Os viadutos estão sendo todos ocupados pelos viciados em Crack. A chamada "Cracolândia" só mudou de lugar. Ou não? Tem coisas que só acontecem nas favelas.
Hoje, a tardezinha, ví um vídeozinho engraçado em que o prefeito mais feliz (segundo ele) faz um Raio-X de como está o seu ego. Quem quiser ver ouví-lo, basta clicar aqui. Você vai ver um Nabucodonozor de primeira, orgulho a flor da pele, de alguém que só vê a Cidade Maravilhosa de cima, dentro de um helicóptero. É o prefeito eleito pelos cariocas.
Esse é o meu país, que tanto amo. Amo muito mesmo. Amo demais minha cidade, Rio de Janeiro. Mas a visão debaixo do helicóptero (ou como dizia o sábio, "debaixo do sol") é algo desesperador. Enquanto cafés com leite são inseridos na veia, Seleção do Mano Menezes pagando mico, viadutos tomados de Crack, me parece difícil de ver uma mudança. Mas para que serve essas informações todas, meu Deus do céu? Para quê?
Eu acho que a gente, propagador do Amor divino, invertemos a carga horária. Hoje em dia, nós trabalhamos apenas um dia (justamente no dia em que não é para trabalhar): Domingo. O primeiro dia da semana é dia de descanso, de estarmos aos Seus pés, mas estamos tão atarefados com nossas reuniões, projetos e estratégias que não nos resta tempo. Nos outros dias da semana, apenas descansamos. Nós nos desligamos, talvez sejamos como zumbis (mortos-vivos). Talvez seja por isso que não nos importamos muito com as informações que temos, pois são apenas imagens em uma tela LED. Não são pessoas de verdade. Então, descansamos por 6 dias e só trabalhamos em 1 (no Domingo). E olha que que Deus fez justamente o contrário!
A essas alturas, o William Bonner já deve estar dormindo. Já terminou o seu trabalho e amanhã, haverá novas reuniões de sua equipe de trabalho para definir que notícias irão nos bombardear. Mais notícias, mais imagens em nossa tela plana. E assim vamos vagando, de segunda a sábado, para no domingo clamarmos "Vem Senhor Jesus".
Talvez Jesus pense,
Bonner, me desculpe, mas tá difícil de eu ter uma boa noite. Mas vou tentar, na esperança que este novo dia prometido pelo Carpinteiro REALMENTE tome conta do meu ser e daqueles que dizem que o ama. Só assim teremos uma boa noite, esperando por Jesus que não virá até que acordemos de nosso estado zumbi.
Que país é esse? É o meu, o teu, o nosso.
A primeira pergunta que eu me faço é: de que servem as informações? Será que são simples coisas que usamos para coçar as orelhas enquanto comemos a janta? Para que vemos os Jornais? Qual é o propósito de "ficar informado"?
A rapidez das informações é grande hoje em dia. Em um clique você pode ver e ler o que quiser. Em seu navegador, você pode abrir diversas abas e, dentro de cada uma, saber como está o Flamengo, em outra assistir um vídeo no YouTube e na terceira ler as notícias do UOL. Tudo isso em questão de segundos. Quando vamos para a televisão, a coisa não muda muito. Informações e "entreterimento" para todos os lados. As vezes parece que somos como esponjas que absorvem e absorvem, mas que não faz diferença alguma. Afinal de contas, a informação vem e vai. Em um clique. Em um botão.
Hoje o Jornal Nacional foi difícil demais para mim. A começar com a notícia de uma senhora que morreu por causa de um erro de uma estagiária. Pasmem: a senhora morreu por causa de uma infusão de café com leite em sua veia. A bebida foi para o coração, ele bombardeou para o pulmão e a mulher morreu. Revolta em São João de Merití, Baixada Fluminense. Tem coisas que só acontecem na Baixada. Mas rapidamente Bonner faz a chamada para o próximo bloco pois precisamos saber quem entrará no lugar do jogador Marcelo no jogo de amanhã. Tem coisas que só acontecem na Seleção.
"Mas peraí, como é que fica aquele choro da filha que, por um desastre insano, viu sua mão falecer por causa de café com leite?", pergunto eu. Enquanto pensava, a propaganda já tinha começado e pela miléssima vez ouço a pergunta: quem matou o Max (Novela Avenida Brasil). A foto da mulher que morreu insanamente não sai de minha cabeça, muito menos a notícia de que as favelas (agora) estão ocupadas pela polícia. Os viadutos estão sendo todos ocupados pelos viciados em Crack. A chamada "Cracolândia" só mudou de lugar. Ou não? Tem coisas que só acontecem nas favelas.
Hoje, a tardezinha, ví um vídeozinho engraçado em que o prefeito mais feliz (segundo ele) faz um Raio-X de como está o seu ego. Quem quiser ver ouví-lo, basta clicar aqui. Você vai ver um Nabucodonozor de primeira, orgulho a flor da pele, de alguém que só vê a Cidade Maravilhosa de cima, dentro de um helicóptero. É o prefeito eleito pelos cariocas.
Esse é o meu país, que tanto amo. Amo muito mesmo. Amo demais minha cidade, Rio de Janeiro. Mas a visão debaixo do helicóptero (ou como dizia o sábio, "debaixo do sol") é algo desesperador. Enquanto cafés com leite são inseridos na veia, Seleção do Mano Menezes pagando mico, viadutos tomados de Crack, me parece difícil de ver uma mudança. Mas para que serve essas informações todas, meu Deus do céu? Para quê?
Eu acho que a gente, propagador do Amor divino, invertemos a carga horária. Hoje em dia, nós trabalhamos apenas um dia (justamente no dia em que não é para trabalhar): Domingo. O primeiro dia da semana é dia de descanso, de estarmos aos Seus pés, mas estamos tão atarefados com nossas reuniões, projetos e estratégias que não nos resta tempo. Nos outros dias da semana, apenas descansamos. Nós nos desligamos, talvez sejamos como zumbis (mortos-vivos). Talvez seja por isso que não nos importamos muito com as informações que temos, pois são apenas imagens em uma tela LED. Não são pessoas de verdade. Então, descansamos por 6 dias e só trabalhamos em 1 (no Domingo). E olha que que Deus fez justamente o contrário!
A essas alturas, o William Bonner já deve estar dormindo. Já terminou o seu trabalho e amanhã, haverá novas reuniões de sua equipe de trabalho para definir que notícias irão nos bombardear. Mais notícias, mais imagens em nossa tela plana. E assim vamos vagando, de segunda a sábado, para no domingo clamarmos "Vem Senhor Jesus".
Talvez Jesus pense,
Eu é que quero que vocês vão! Saiam de onde estão, vão ocupar as favelas! Façam o que o Rio Acolhedor não consegue fazer com esses viciados em crack! Parem de levantar as mãos, usem-nas para abraçar essa mulher que acabou de perder sua mãe! Saibam que eu não virei se vocês não forem!"
Bonner, me desculpe, mas tá difícil de eu ter uma boa noite. Mas vou tentar, na esperança que este novo dia prometido pelo Carpinteiro REALMENTE tome conta do meu ser e daqueles que dizem que o ama. Só assim teremos uma boa noite, esperando por Jesus que não virá até que acordemos de nosso estado zumbi.
Que país é esse? É o meu, o teu, o nosso.
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