Leipzig, Alemanha. A Igreja Evangélica
Luterana St. Nikolai parece não ter mudado muito desde o século XVI. Bach chegou a tocar o
orgão por lá, a música continua atraente, mas foi durante os últimos dias da
Guerra Fria que essa igreja teve sua grande atuação.
O mundo estava dividido entre EUA e União
Soviética. A própria Alemanha foi dividida em duas, a República Democrática
Alemã (RDA) foi uma tentativa de manter o povo longe do ocidente. O ateísmo era
a norma e igrejas como a St. Nikolai foram espionadas, embora pudessem
permanecer abertas.
Na RDA, a igreja proveu o único espaço livre para a população.
Tudo o que não se podia discutir em público, poderia ser feito dentro da igreja e
assim se transformaram em um espaço físico e espiritual, na qual as pessoas eram
livres. O Pr. Christian Fülher começou a
realizar as orações semanais para a paz.
Toda segunda, o Sermão da Montanha se tornou o
texto principal para os adoradores. Poucos eram no início, mas o público foi
crescendo e as portas se abrindo. Nas reuniões de oração muitos foram
tocados: jovens, cristãos e até não cristãos, justamente para aqueles que
queriam sair da Alemanha Oriental. A igreja se tornara um refúgio para esses. O
estudante universitário Sylke Schumann foi um dos muitos (que depois se
tornaram milhares), que também marcharam pelas ruas segurando velas e apelando
para a mudança.
Em Outubro de 1989, no aniversário da RDA, o
governo começou a repressão. Manifestantes em Leipzig foram espancados e
presos. Dois dias depois a Igreja St. Nikolai estava cheia, transbordando de
gente para a vigília semanal. Quando acabou, 70.000 pessoas marcharam pela
cidade embora os olhares dos soldados armados.
"Lembro-me que era uma noite fria, mas você não
sentia frio. Foi realmente incrível fazer parte disso, energia e esperança foi
o nosso sentimento", disse Schumann. Na igreja as pessoas aprenderam a
transformar o medo em coragem, superando-o e trazendo esperança, para se ter
força. Uma vez que tudo foi feito sem violência, a polícia não pode entra rem
ação. "Estávamos prontos para qualquer coisa, menos para velas e orações", relata
um dos funcionários da Alemanha oriental.
Um mês após a manifestação maciça, o muro
entre Berlim oriental e ocidental caiu. A igreja tinha enviado uma mensagem
poderosa ao mundo: o governo da Alemanha oriental não controla mais o seu
povo. "A revolução que conseguimos, foi algo que surgiu de dentro da igreja. É
surpreendente o que Deus fez", disse o Pr. Führer.
Hoje o pastor é aposentado, tem 65 anos de idade (2013) e escreveu um livro sobre os relatos históricos daqueles dias. A igreja possui hoje um número bem maior de congregações, se comparado ao tempo antes da manifestação. O pastor aposentado diz que eles não fizeram aquilo para trazer pessoas para a igreja. "Fizemos aquilo porque entendemos que isso é também papel da igreja", finaliza o pastor.
Hoje o pastor é aposentado, tem 65 anos de idade (2013) e escreveu um livro sobre os relatos históricos daqueles dias. A igreja possui hoje um número bem maior de congregações, se comparado ao tempo antes da manifestação. O pastor aposentado diz que eles não fizeram aquilo para trazer pessoas para a igreja. "Fizemos aquilo porque entendemos que isso é também papel da igreja", finaliza o pastor.
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