terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TELEPATIA ATRAVÉS DE CHIP E INTERNET

Imagine...

A telepatia artificial, ou "teclepatia", nada mais é do que a comunicação mente a mente usando a tecnologia como meio de transmissão, e tem se tornado um tema de crescente interesse, sobretudo agora que o ser humano conta com tecnologias que nos permitem "ler" o pensamento com maior ou menor precisão. E embora ainda não exista sistema algum de comunicação telepática que funcione, há cientistas que defendem a projeção de que no futuro este tipo de conexão será tão comum como a que realizamos hoje em dia por meio de celulares.

LEITURA DOS PENSAMENTOS

Há apenas algumas semanas, o mundo conheceu a história do canadense Scott Routley, paciente em estado vegetativo que, com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética, se comunicou por meio de seus pensamentos após mais de uma década em silêncio.
A experiência é mais um exemplo de como sensores e aparelhos de exames nos permitem analizar o fluxo do sangue no cérebro ou detectam os impulsos elétricos de nossos neurônios para determinar padrões vinculados a palavras, ações ou ideias concretas.
Atualmente existem duas formas de fazer isso: colocando uma série de sensores na parte externa da cabeça ou abrindo o crânio para implantar um chip no córtex cerebral. Embora seja mais invasivo, o segundo é o que vem dando aos cientistas a possibilidade de obter resultados com maior precisão.
Kevin Warwick, professor de cibernética da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, foi uma das primeiras pessoas a ter um chip implantado em seu cérebro, ainda em 2002.
Em 2004 ele conseguiu estabelecer uma conexão telepática com sua mulher, Irina, que esatava usando eletrodos externos.
Com os respectivos sensores acionados, os dois sistemas nervosos foram ligados à internet e através deste meio Irina moveu sua mão três vezes e os movimentos foram percebidos por Kevin.
"O que fizemos até agora é enviar sinais de sistema nervoso para sistema nervoso; o próximo será de cérebro a cérebro. Já temos agora a tecnologia para fazer isso, e tentar o primeiro experimento, que provavelmente será uma forma rudimentar e telegráfica de comunicação", conta o cientista.
A comunicação não seria muito diferente de uma ligação entre duas pessoas, por telefone, diz o pesquisador.
DILEMAS E RISCOS
Superados todos estes desafios, restaria ainda enfrentar todos os dilemas éticos envolvidos em pesquisas com comunicação telepática.
Em primeiro lugar, são poucas as pessoas dispostas a terem um chip instalado em seu cérebro. O dispositivo pode gerar problemas de rejeição.
Além disso, se os dados forem transmitidos através de um meio como a internet, os pensamentos das pessoas poderiam ser facilmente interceptados.
E no pior dos casos, alguém poderia introduzir pensamentos em nosso cérebro.
Mas na visão dos especialistas ainda temos muito pela frente antes dessas situações se tornarem realidade. Enquanto isso, pessoas como Scott Routley, que se comunicou mesmo estando em estado vegetativo, podem usufruir das descobertas feitas ao longo do caminho.