terça-feira, 31 de dezembro de 2013

PEQUENO COMEÇO DE HOJE


Nem te digo o que eu sentí quando eu ví a foto acima... Que lembranças vieram a minha mente! Aliás, tudo fica fácil de se pensar (e repensar) quando chegamos no final de ano, não é mesmo?

Logo após a degustação das memórias, fiz uma pergunta a mim mesmo: "Quando foi que começara esse 'movimento do Eterno' na minha vida?" Poderia eu ter a audácia de dizer que foi quando eu me tornei Seu amigo? Não, não consegui imaginar esse "ponto inicial". Melhor falando, acho que não me atreví a delimitar esse começo. Foram muitos os inícios, gratas memórias que vem e que vão. E esses começos não se limitam apenas aos lugares e pessoas que conhecí: não iniciaram em Agadez, também não foi com os Bérberes das montanhas, muito menos quando estava no Morro da Providência. A única coisa que sei é que houve um começo que, certamente, não começou em mim.
“Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos sãos os olhos do Senhor, que percorrem toda a terra”. Zc 4:10 
Zorobabel estava em uma situação desconfortável, pois todo judeu que se preze tinha em mente a suntuosidade do templo de Salomão. O primeiro templo, apesar de destruído, nunca pareceu sair da mente e do coração de Israel e o edifício que Zorobabel estava construindo era algo bem mais modesto. Comparações feitas pelo povo eram constantes, pessoas essas que queriam que algo novo acontecesse mas do mesmo jeito, do jeito velho. Não conseguiam perceber que, na estrada da vida, coisas novas acontecem por Sua soberania, ou por Sua permissão.

Devemos entender que são nesses pequenos começos que recebemos sementes. O Grão de Mostarda Divino (isto é, Seu Reino), nos proporciona sementes que precisam ser germinadas no arado nosso de cada dia, fazendo com que nossos braços se movimentem, de acordo com o Seu propósito. Minha decisão de semeá-las - ou não - determinam alguns resultados (consequências) que vemos.

Infelizmente, pequenos começos são desprezados. Ignorados por amigos, familiares e até por você mesmo. Mas quando se olha a foto, percebe-se que todos os pontos e começos estão intimamente interligados. Se for esperto o bastante, vai perceber algumas lacunas que você deixou para trás, por burrice mesmo. Mas nada que se recupere no começo a seguir, bastando semear corretamente segundo Sua graça e amor.

Moisés tinha um simples cajado, Davi arranjou um estilingue "na última hora". Sansão tinha um osso maxilar, Raabe começou sua história com uma corda. Dorcas tinha uma agulha? Sim, todos eles foram usados por Deus. Mas começaram através da simplicidade, dos pequenos começos.

Um ano novo que começa hoje nesses pequenos começos de cada dia para você!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

NUNCA FUI, ESTOU INDO

 Embora os proponentes da segunda posição estejam obviamente corretos 
em argumentar que πορευθέντες é um particípio circunstancial temporal, uma 
reflexão posterior sugere que essa interpretação engloba pelo menos quatro 
problemas. Primeiramente, como aponta Daniel B. Wallace, “tornar πορευ-
θέντες em um particípio adverbial é tornar a Grande Comissão na Grande 
Sugestão!”.33 Em segundo lugar, contra Culver e em concordância com Cleon 
Rogers,34 Donald A. Carson afirma que particípios circunstanciais dependentes 
de imperativos “normalmente ganham alguma força imperativa”.35 Em terceiro 
lugar, Carson também acha difícil crer que o particípio aoristo πορευθέντες 
tenha perdido toda força imperativa em um contexto que exige um ministério 
a todas as nações.36 Em quarto lugar, se Mateus tivesse desejado expressar uma 
ação temporalmente simultânea sem força imperativa no sentido de “enquanto 
vocês vão” ou “ao irem”, o comissionamento de Jesus aos doze para pregar 
o reino em Israel (Mt 10.5-16; Aland 99) sugere que Mateus teria usado o 
particípio presente. Em Mateus 10.7 lemos: πορευόμενοι δὲ κηρύσσετε – “À 
medida que seguirdes, pregai...”

David J. Hesselgrave

Graças a Ele, nunca fui esquizofrênico. Mas devo confessar que tenho amigos esquizofrênicos. Falando da chamada "Grande Comissão", devo deixar bem claro aqui que eu "nunca fui". Eu também "nunca deixei de ir". Estou sempre indo, e indo vou, queira você ou não. 

Se você não quer entender o vídeo abaixo ou não gostar, clique aqui e você terá uma versão em grego. Uma versão, digamos, mais polida.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O QUE FAZ A IGREJA RESPIRAR?

É na íntegra! Nosso Deus é o Deus que se importa com o ser humano, com tudo que afeta o ser humano e com tudo que o ser humano afeta. O Reino de Deus chama TODAS as realidades ao arrependimento.

Mas o que mantêm a Igreja viva nos dias de hoje? Grande é a falação, uma verdadeira angústia de caráter e integridade. A partir da igreja em Tessalônica (I Tessalonicenses 2:13), Ariovaldo Ramos nos traz a máxima da Palavra de Deus que norteia a vida da Noiva de Cristo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

SALMOS SÃO BLUES!

Huffington Post relata a conversa do cantor irlandês Bono Vox em sua entrevista à radio Focus On The Family, concedida ao seu presidente Jim Daly. O líder do grupo U2, conhecido por suas convicções católicas, foi muito divertido na sua explicação da figura de Jesus, que ele considerava punk.

"Você tem que ter muito cuidado para que a elegância e a polidez não se transformem num comportamento banal, onde nós somos apenas agradáveis, sem postura. A polidez é, você sabe, uma coisa maravilhosa. Boas maneiras são, na verdade, uma coisa importante. Mas lembre-se: Jesus não tinha muitas boas maneiras, como sabemos agora". 

Para ilustrar seu ponto de vista, Bono citou a passagem do Evangelho em que Jesus pede a um homem para seguí-lO, sem mesmo dar tempo para enterrar seu próprio pai. Seu interlocutor, Jim Daly, então admitiu: "Sim, parece ser bem insensível...". Mas o cantor do U2 replicou da seguinte maneira: "Ele podia olhar para o outro lado e ver o coração do companheiro. Ele sabia quando não havia sinceridade, quando era dissimulação. Temos que aprender a enxergar mais longe, não se contentar com sinais exteriores de virtude, e, sim, olhar para as ações". 

Na entrevista, o cantor também teve a oportunidade para estabelecer paralelos entre outros personagens bíblicos e a música: "Em primeiro lugar, gosto de Davi, por ele ser músico. Os Salmos são poderosos, e mesmo sendo hinos de louvor, são também Blues!"

Perguntado, enfim, sobre seus compromissos humanitários, o cantor reconheceu, rindo, que eles decorriam diretamente da sua fé: "Cristo é verdadeiramente alguém muito provocante a seguir, você sabe... porque Ele é muito exigente. Não é preciso ter doutorado para compreender essa coisa: basta aproximar-se d'Ele"


quinta-feira, 20 de junho de 2013

A IGREJA QUE DERRUBOU O MURO: #FORAMpraRUA

Leipzig, Alemanha. A Igreja Evangélica Luterana St. Nikolai parece não ter mudado muito desde o século XVI. Bach chegou a tocar o orgão por lá, a música continua atraente, mas foi durante os últimos dias da Guerra Fria que essa igreja teve sua grande atuação.

O mundo estava dividido entre EUA e União Soviética. A própria Alemanha foi dividida em duas, a República Democrática Alemã (RDA) foi uma tentativa de manter o povo longe do ocidente. O ateísmo era a norma e igrejas como a St. Nikolai foram espionadas, embora pudessem permanecer abertas.

Na RDA, a igreja proveu o único espaço livre para a população. Tudo o que não se podia discutir em público, poderia ser feito dentro da igreja e assim se transformaram em um espaço físico e espiritual, na qual as pessoas eram livres. O Pr. Christian Fülher começou a realizar as orações semanais para a paz.

Toda segunda, o Sermão da Montanha se tornou o texto principal para os adoradores. Poucos eram no início, mas o público foi crescendo e as portas se abrindo. Nas reuniões de oração muitos foram tocados: jovens, cristãos e até não cristãos, justamente para aqueles que queriam sair da Alemanha Oriental. A igreja se tornara um refúgio para esses. O estudante universitário Sylke Schumann foi um dos muitos (que depois se tornaram milhares), que também marcharam pelas ruas segurando velas e apelando para a mudança.

Em Outubro de 1989, no aniversário da RDA, o governo começou a repressão. Manifestantes em Leipzig foram espancados e presos. Dois dias depois a Igreja St. Nikolai estava cheia, transbordando de gente para a vigília semanal. Quando acabou, 70.000 pessoas marcharam pela cidade embora os olhares dos soldados armados.

"Lembro-me que era uma noite fria, mas você não sentia frio. Foi realmente incrível fazer parte disso, energia e esperança foi o nosso sentimento", disse Schumann. Na igreja as pessoas aprenderam a transformar o medo em coragem, superando-o e trazendo esperança, para se ter força. Uma vez que tudo foi feito sem violência, a polícia não pode entra rem ação. "Estávamos prontos para qualquer coisa, menos para velas e orações", relata um dos funcionários da Alemanha oriental.

Um mês após a manifestação maciça, o muro entre Berlim oriental e ocidental caiu. A igreja tinha enviado uma mensagem poderosa ao mundo: o governo da Alemanha oriental não controla mais o seu povo. "A revolução que conseguimos, foi algo que surgiu de dentro da igreja. É surpreendente o que Deus fez", disse o Pr. Führer. 

Hoje o pastor é aposentado, tem 65 anos de idade (2013) e escreveu um livro sobre os relatos históricos daqueles dias. A igreja possui hoje um número bem maior de congregações, se comparado ao tempo antes da manifestação. O pastor aposentado diz que eles não fizeram aquilo para trazer pessoas para a igreja. "Fizemos aquilo porque entendemos que isso é também papel da igreja", finaliza o pastor.

terça-feira, 11 de junho de 2013

CADÊ O SEU PEDRO E SEU JOÃO?

São 9:30 da manhã. Cidade a pleno vapor. Pedro e João vivem a vida tal qual ela é.

A diferença é que tem um morador de rua (mais um) que talvez esteja sem lenço e sem documento, mas que dorme bem ao lado da igreja. Metade dele está dentro de um coletor de lixo e a outra metade do lado de fora.

Seria ele um coxo do século XXI?
E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa" Atos 3:5
Onde estão, hoje, os apóstolos e os discípulos a quem Jesus ama?


sábado, 13 de abril de 2013

MALTRAPILHO, VOCÊ É UM?

O "Evangelho Maltrapilho" foi escrito com um público leitor específico em mente. Este livro não é para os superespirituais.

Não é para os cristãos musculosos que têm John Wayne como herói, e não a Jesus.

Não é para acadêmicos que aprisionam Jesus na torre de marfim da exegese.

Não é para gente barulhenta e bonachona que manipula o cristianismo a ponto de torná-lo um simples apelo ao emocionalismo.

Não é para os místico de capuz que querem mágica na sua religião.

Não é para os cristãos "aleluia", que vivem apenas no alto da montanha e nunca visitaram o vale da desolação.

Não é para os destemidos que nunca derramaram lágrimas.

Não é para os zelotes ardentes que se gabam com o jovem rico dos Evangelhos: "Guardo todos esses mandamentos desde a minha juventude".

Não é para os complacentes, que ostentam sobre os ombros um sacolão de honras, diplomas e boas obras crendo que efetivamente chegaram lá.

Não é para legalistas, que preferem entregar o controle da alma a regras a viver em união com Jesus.

O evangelho maltrapilho foi escrito para os dilapidados, os derrotados e os exauridos.

Ele é para os sobrecarregados que vivem anda mudando o peso da mala pesada de uma mão para a outra.

E para os vacilantes e de joelhos fracos, que sabem que não se bastam de forma alguma e são orgulhosos demis para aceitar a esmola da graça admirável.

E para os discípulos inconsistentes e instáveis cuja azeitona vive caindo para fora da empada.

E para homens e mulheres podres, fracos e pecaminosos com falhas hereditárias e talentos limitados.

E para os vasos de barro que arrastam pés de argila.

E para os recurvados e contundidos que sentem que sua vida é um grave desapontamento para Deus.

E para gente inteligente que sabe que é estúpida, e para discípulos honestos que admitem que são canalhas. o evangelho maltrapilho é um livro que escreví para mim mesmo e para quem quer que tenha ficado cansado e desencorajado ao longo do Caminho.

Brennan Manning
(Realmente descansando em paz)

Querendo ler (online) um pouco do livro, clique aqui.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O QUE A RELIGIÃO FAZ?


Este é um passageiro que se embrulhou em um saco plástico durante um vôo, foto que se espalhou pela internet. De acordo com o jornal GA Daily News, o passageiro (vestido todo de preto) seria um sacerdote Cohen, judeu ortodoxo que segue a crença que todos são descendentes de Arão.

Conforme a tradição, eles não podem visitar cemitérios e, como o trajeto da aeronave passa por cima de campos santos, o homem não poderia ter nenhum tipo de contato com tais locais. Por isso o saco plástico funcionaria como uma proteção, mantendo o sacerdote puro. 

Isso é religião. Fora disso, só Jesus. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

DNA. CELINA


Complicadíssimo convencer o Seu Davi para que ele levasse o menino ao seu trabalho. Mesmo que isso só fosse permitido quando o garoto ficava de férias na escola, era realmente difícil. Difícil de acordar cedo, sair cedo e chegar cedo.

Mas quando o garoto ia, via a igreja como nunca: vazia. Aquele lugar grande, cheio de gente nos dias de domingo, se transformava no "lugar do meu pai". Foi dessa forma que o menino subia o suntuoso púlpito sem ninguém ver (e condenar) e ter a visão que aquele "homem de preto" tinha quando falava para a gente. Sem falar nas descobertas e andanças "livres" pelos corredores da igreja. Isso sim era o máximo!

Em meio as muitas andanças, tinha a Dna. Celina em sua sala. Tudo era arrumado e ela arrumava muitas coisas. Sempre com o telefone em suas mãos. Apesar de sua atividade ser completamente diferente do Seu Davi, Dna. Celina era bem próxima dos três (dele e seus irmãos). E os três bem próximos dela. É óbvio que o garoto pôde conhecê-la como se deve: muito além da sala, das arrumações e atendimentos de telefonema. E isso era mais do que o máximo.

O tempo passa, sempre passa. Seu Davi se foi, tio Samuel e tio Mizael também. O menino foi crescendo e os corredores da igreja foram mudando de cor. O garoto viajou para longe, mas sempre procurando saber o que estava acontecendo nos corredores da igreja. Dna. Celina foi crescendo também, mudando de condição e já não estava na sala da secretaria. Os anos foram se passando, e com certo custo ia a igreja que ela conhecia a dedo.

Agora a Dna. Celina se juntou aos três de vez. Não tem volta, louvado seja por isso. Sua condição mudou definitivamente para aquela que os anos não podem mais interferir. A eternidade - já em seu coração - efetivou a morada no mesmo, agora totalmente transformado.

Quanto a gente, fica a saudade das conversas aos redor da mesa (com as marmitas abertas), das piadas e brincadeiras que eles faziam um com os outros. O menino já não e mais o mesmo, mas as lembranças são as mesmas. Dna. Celina agora está no patamar que lhe é devido. E isso ninguém aqui na terra pode dar. Nem igreja nenhuma, nem o Seu Davi, muito menos o garoto.

Dna. Celina, obrigado. Fique sabendo que estamos aguentando firme. Daqui a pouco chegaremos todos aí.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A ARTE DA GUERRA

Ele foi um general chinês, estrategista e um filósofo. Escreveu um tratado militar com 13 capítulos, tratado (que virou livro) venerado até os dias de hoje. Escrito no Século IV a.C., "A Arte da Guerra" tem inspirado multidões e é utilizado - inclusive - como manual de negócios em empresas de grande porte. Sun Tzu, está (ainda) fazendo história.

A disputa sempre teve terreno fértil em nossos corações. Ela começou a existir desde que a fruta foi mordida, causou a morte do irmão e a troca de lentilhas. Fez Isaque ter um irmão mais velho e também fez com que irmãos jogassem o filho predileto na cisterna. Fez com que os judeus libertos desejassem ter um rei, e também fez com que um deles fugisse por causa da traição do seu próprio filho. A disputa dividiu os reinos, realizou guerras, invadiu o coração dos Fariseus. A disputa tentou amarrar o Verbo na morte, mas não conseguiu. Mesmo apesar dela gostar de interagir com os pequenos Cristos na terra, ela perdeu o seu poder. Pelo menos, para aqueles que sabem disso.

A disputa, por mais complicada que possa ser, pode ser vencida. Sabemos que ela incita casais ao divórcio, igrejas a divisão, países a ficarem em estado de guerra. Mas, mesmo assim, ela pode ser vencida por mim e por você. Basta começar no meu mundo: naquilo que meus braços podem estender e fazer minhas mãos tocarem. As vezes até mesmo um lindo sorriso (ao invês de uma testa franzida) faz a diferença.

Derrotamos a disputa com um xeque-mate surpresa, mas que não é uma carta que está escondida na manga. Se estiver, trate de mostrar logo ao seu próximo! Lembre-se que ele não é seu opositor. Adversário, você só tem um e, mesmo com ele, não há disputa. Ela não existe. Ou será que existe disputa com alguém que já perdeu? Não gaste suas forças com quem já foi derrotado, apenas fale isto para ele quando ele pisar em teu pé. Sempre ajude os que são derrotados na disputa a viverem para aquilo que foram criados.

Rumores de guerras sempre existirão e não devemos nos abater, nem ficarmos surpresos ou escandalizados. Se você conhecer um pouco o Livro, saberá que já foi tudo previsto, além de termos a certeza de que a "chapa vai esquentar" ainda mais. No worries, vamos viver a Vida, fazendo terminar as guerras próximas que estão próximas a nós. Com certeza absoluta que você nada pode fazer para intermediar um diálogo entre Barack Obama (EUA) e Kim Jong-Un (Coréia do Norte), porém mesmo você sendo um vermezinho (Isaías 41:14), não precisa ter medo: mude o seu mundinho!

As Boas Novas são novas porque surpreendem o status quo. Falam e pedem uma reação adversa daquilo que normalmente vemos. É por isso que o Carpinteiro veio, para trabalhar a madeira em seu estado natural e transformá-la naquilo que Ele deseja. Essa é a arte maior, não escrita por homens ou estrategistas, mas por pessoas normais como você e eu que multiplicam Seus atos por onde andamos. Este é o bumerangue que vem e que volta, em ações singelas mas que fazem acabar com toda guerra. Mas a maior delas, a guerra "interna", só mesmo com a arte do Carpinteiro.

Uno!

sábado, 26 de janeiro de 2013

O TEMPLO QUE CRESCE PARA DENTRO

O contexto histórico é o do exílio de Israel em Babilônia (Ezequiel 40 à 43:17), na geografia do atual Iraque, quinhentos anos antes de Cristo (40:1). A experiência é espiritual, portanto, de natureza subjetiva (40:2, 43:1-6). A primeira visão é do templo construído por mãos humanas, onde as vaidades dos construtores, dos sacerdotes, dos ricos e dos reis ganhava sua simbolização, e emprestava a esses personagens da vaidade um sentimento de importância: valia a pena até mesmo ser enterrado nas imediações (43:7-9).
O Templo dos Homens era lugar de ideologia, política e auto-afirmação!



Então vem Deus e diz: “Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel este templo, para que ela se envergonhe de suas iniqüidades; e meça o modelo”(43:10).

A questão é: que Templo?

Ora, Deus havia mostrado antes o modelo a Ezequiel (40: 6 a 42:20). Tratava-se de um edifício impossível de caber nos padrões de matemática, física e arquitetura da Terra! Talvez à partir da Física Quântica se pudesse ter um vislumbre melhor do projeto. E por quê? Porque na Física Quântica tempo e espaço perdem sua significação linear! De maneira simples e não exaustiva demonstrarei as razões:

1. As medidas são anti-físicas: o lugar começa mínimo (40: 5-6) e, à medida em que se entra por essa Porta Estreita e nesse Lugar Pequeno, tudo começa a crescer. A seqüência da leitura mostra que as dimensões vão ficando cada vez maiores quando se entra por essa pequena porta.

2. O crescimento é para dentro: do verso 7 ao 41:5 esse é um fato inescusável. Quanto mais se entra, mas o lugar aumenta em suas dimensões e espaços.

3. O lugar não apenas cresce para dentro, mas também para cima (41: 6-7). E o acesso de um nível para o outro não poderia ser alcançado por fora, mas somente por dentro. O lugar cresce se se entra nele e, uma vez nele, só se passa de um nível para o outro num caminho interior.

4. O lugar não se limita às simbolizações da terra. Suas decorações são manifestações de todas as criações de Deus: querubins e palmeiras. A primeira criação—a dos anjos— e a segunda criação—a da natureza que nos circunda( 41: 17-20). Elementos de ambas as criações estão presentes no lugar, de madeira à rostos animais e seres angelicais. Até os anjos que nele aparecem tem cara de homem e leãozinho!

5. As portas dos lugares mais sagrados contêm as mesmas simbolizações multicriacionais (41: 25). Outra vez anjos e natureza estão juntos.

6. Ao ser totalmente medido, subitamente o lugar se projeta para amplidões incomparáveis, maiores do que todas as dimensões anteriormente mencionadas (42: 15 – 20).

7. Somente após visitar esse lugar cuja entrada é estreita, que violenta os conceitos de espaço—pois cresce para dentro e para cima—, que está marcado por todos os signos de todas as criações, e cuja saída remete para um mundo de dimensões bem maiores, é que se diz que aquela viagem permite a instalação na consciência do discernimento entre o “santo e o profano”(42: 20c).

Portanto, não se está falando de um templo construível por mãos humanas. Ele não é desta ordem de coisas!

A conclusão divina dada a Ezequiel é dupla:

1. Estou mostrando o meu Lugar Santo para que eles “se envergonhem e meçam o modelo” (43: 10).

2. “Esta é a lei do Templo” (43: 12). É o que Ele diz aos que se preocupam com exterioridades!

A questão é: e daí? Bem, para quem não entendeu ainda, Deus está nos dando alguns parâmetros de crescimento!

A Porta é Estreita. De fora não se sabe o quão grande é dentro. Quanto mais se entra, maior fica. As subidas de andares só acontecem por dentro. A espiritualidade do lugar põe querubins (anjos) e palmeiras (natureza) em equivalência. Umavez fazendo a viagem as dimensões aumentam para fora. E a consciência aprende a fazer a distinção entre o santo e o profano.

Não fosse a dificuldade de raciocínio associativo da parte de alguns seria irrelevante dizer que em João 7: 37-38 somos remetidos para a mesma cena em sua seqüência (Ez 47), fazendo de Jesus esse Templo-Altar de onde procedem as “águas da vida”.

De acordo com a interpretação de João sobre Ezequiel, o Espírito é quem realiza essa realidade! Paulo nos fala que fomos constituídos “habitação de Deus no Espírito”!

Ora, eu poderia escrever um denso livro sobre as implicações desse “achado”. Mas é obvio que o desejo de Deus é que “meçamos o modelo”. Seu desejo é que comparemos o que chamamos de religião com aquilo que Ele chama de “lugar da minha habitação”. Nos nossos templos os reis e os que se julgam importantes pensam que apenas “um muro” os separa de Deus (43: 7c e 8a).

Nos nossos templos a vaidade dá lugar a monumentos ao Ego ( 43:7c). Nossos templos são obras do homem!

Já nesse lugar da habitação de Deus, as matemáticas humanas cessam e as medidas do homem são todas elas extrapoladas (Ef 3:14-19). Nesse lugar a gente só cresce se a viagem for para dentro e para cima. Não há escadas do lado de fora! E mais: a visão que nele se encontra acerca de Deus é a de uma espiritualidade que combina anjo e palmeira: o natural e sobrenatural!

Esta é a lei do templo: entre pela porta estreita, viaje para dentro de si mesmo guiado pelo Espírito—o que estiver morto ganhará vida—, cresça interiormente, inclua toda a criação em sua espiritualidade, e não tenha medo do mundo exterior, pois, uma vez fazendo a viagem, ganha-se na consciência—não nas exterioridades—o discernimento entre o que é santo e o que é profano!

“Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundices e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em voz espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36:25-26, ver 11:19-20).
Este era o sonho dos profetas!

Este é o Templo que Jesus disse que em sendo destruído Ele o reconstruiria em três dias!

E nós nos tornamos esse templo em Cristo!

Afinal, eu estou Nele, por isto Ele vive em mim!

Assim, fica-se sabendo que o único lugar onde o caminho de Deus se realiza é o coração. Isto porque “os céus dos céus” não podem conter a Deus. Ele, no entanto, habita com o quebrantado e com o contrito de coração!

Nele,

Caio