terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fantasmas na prefeitura do Rio

No que depender das forças do além, a chuva não vai atrapalhar a queima de fogos no réveillon da praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. A médium Adelaide Scritori, presidente da Fundação Cacique Cobra Coral, promete recorrer aos espíritos para garantir o tempo bom na noite do dia 31.

Segundo a assessoria de imprensa da fundação, mesmo com o contrato suspenso com a Prefeitura do Rio, o prefeito Eduardo Paes pediu a médium que ela montasse um "quartel general" na Avenida Atlântica para concentrar os trabalhos e as orações para São Pedro. A entidade afirma que o espírito do Cacique Cobra Coral já teria sido de Galileu Galilei e Abraham Lincoln.

A Fundação explicou que o contrato com a Prefeitura do Rio foi suspenso no final de outubro, quando a Secretaria municipal de Obras e a Geo-Rio deveriam enviar relatórios com as obras realizadas e planejadas para conter os problemas climáticos, como chuvas e enchentes.

Secretaria diz que contrato está vigente até 2013
A Secretaria Municipal de Obras informou que o contrato com a fundação ainda está vigente até 25 de março de 2013, conforme publicado no Diário Oficial do município em 29 de março de 2010.

O assessor da entidade, Osmar Santos, explica que a Fundação Cacique Cobra Coral só renova os contratos mediante a apresentação do cronograma de obras.

“Desde o show do Roberto Carlos estamos com essa operação para manter o tempo bom. Recebemos pedidos de Nova York e da Europa para viajarmos e orarmos para acabar com a nevasca, mas optamos em atender aos pedidos dos cariocas e turistas que vem ao Rio. Nesse caso, vamos pedir que a chuva não caia no Rio e chegue às regiões mais necessitadas e vítimas da seca”, ressaltou o assessor.

Ainda de acordo com a Fundação Cobra Coral, o material só foi entregue no último dia 23 de dezembro e será analisado pelos técnicos da entidade espírita no início de janeiro.

Fonte: Globo.com

EM TEMPO: O meu Rio continua lindo e aqueles que o representam cada vez mais ridículos. Me lembrei quando o César Maia comentou sobre a possibilidade de pintar as favelas de verde, "camuflando-as" dos turistas.

O Sr.Paes tá indo pelo mesmo caminho.

Quanto a tal entidade chamada Fundação Cacique Cobra Coral, eles devem ter mesmo muito trabalho pelo mundo afora... Convenhamos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Michael, eles não ligam pra gente



Who doesn't care about them?
누가 그들을 걱정하지 않아요?
Qui ne prend pas soin d'eux?
الذين لا نهتم بهم؟

Quem não liga para eles?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Olha o exemplo!

sábado, 4 de dezembro de 2010

E lá se foi o último campeão

Só tem uma multidão que eu gosto de estar (risos). Acho que não poderia ser diferente. Afinal de contas, como dizem os opositores preconceituosos, a grande maioria dos rubro-negros são pobres. Os mais enfáticos preconceituosos diriam "vieram da favela". Já que morei em Nilópolis, baixada Fluminense, nascí perto da Avenida Brasil, penso que eu não podia ter outra escolha. Tinha que ser rubro-negro.

Nelson Rodrigues, grande poeta e tricolor, já setenciou à muito tempo atrás: "Todos nascem Flamengo, alguns se perdem". Um tricolor pode me dizer hoje que "se perdeu mas é campeão", não é mesmo? Mas como diz a sabedoria da Raça Rubro-Negra, "somos todos menos alguns".

Apesar o que aconteceu em 2010, continuo Rubro-negro. Confesso que já cheguei a ser daqueles "loucos", daqueles que sai na rua correndo com um bandeirão na mão, gritando a plenos pulmões: "é campeão!". Isso foi em 1992, quando conquistamos o penta-campeonato brasileiro. Lembro-me do sofrimento de minha irmã à cada gol do Flamengo pois o volume do rádio sofria uma modificação de minha parte. Super Rádio Tupi, narração do Luiz Penido. Para quem conhece o cara, é preciso preparar os timpanos. Era o máximo.

Mas depois fiquei mais calmo. Deixei a loucura e me tornei um Flamenguista mais sensato, por mais difícil que se possa crer. Não significa que não assisto jogos, não leio mais notíciais, não vibro e não reclamo mais. Isso continua, mas com as devidas ressalvas de que ele, Flamengo, não é tudo. Aliás, nem pode ser. Se fosse, já teria um ataque cardíaco a muito tempo. Como prezo pela minha vida, "negócios, amigos e futebol à parte".

E lá se foi o último campeão brasileiro, o Flamengo de 2009. Um Mengo que apesar do Love, foi se deteriorando no decorrer dos dias. O desastre dos escândalos "extra-campo" foram somados a perda do Carioquinha, incoerência da direção com o Andrade (e falta de esperteza do mesmo) e o gol de placa do Montillo que nos tirou da Libertadores... Houve a saída do Love e o escândalo do goleiro Bruno. A última e pior "pá de terra na cova" foi a saída do Zico. Quando se mexe com o Zico, há terremoto no Flamengo. A Patrícia "Amadorim" deveria saber disso, mas preferiu ser amadora e deixar quem mama do Flamengo deste os primordios ficar por lá. Fomos nos arrastando pelos campeonatos e por pouco rebaixados neste ano. Não conseguimos nem nos garantir pelas próprias pernas na série A (quarto melhor campeonato de futebol do mundo), apesar do treinador de grife (pouco tempo de trabalho, né VL?).

Não estou aqui para falar de minhas preferências de campo, se faço parte ou não da Raça Rubro Negra. Estou aqui para falar que nossa memória é curta, muitas vezes assassina. A memória é algo interessante, pode nos levar aos céus ou nos empurrar para o inferno. Segundo Armand Salacrou, Un homme sans mémoire est un homme perdu ("Um homem sem memórias é um homem perdido"). Todos sabem muito bem que a memória traz eternidade de um acontecimento que é finito, o mesmo se preserva para a nossa redenção ou condenação. No caso do futebol então, sem se fala!

Comecei a estranhar o comportamento da diretoria quando mandaram refazer o placa do "penta-tri" (cinco vezes campeão seguido em três anos consecutivos do Carioca). Mandaram refazer pois tinha a imagem do goleiro Bruno. Antes do caso dele e do provável assassinato, ví no site Globo.com uma matéria sobre o "pegador de pênaltis" com um gráfico muito bem elaborado de como ele consegue "advinhar" onde o batedor joga a bola. Era realmente incrível: toda vez que tinha pênalti contra o Flamengo, sabendo que Bruno era o número 1, tínhamos todos nós mais esperanças.

Bruno teve um papel fundamental em várias etapas do time: defesas milagrosas. Vamos dar a mão a palmatória que, depois de Júlio Cesar, nosso número 1 esteve em boas mãos. A bola que o diga, quase sempre parava por lá. Verdade é que alguns apaixonados conseguem ver várias falhas (houveram sim, eu sei), mas se nem mesmo Zico foi perdoado pelo pênalti na Copa, poderíamos esperar outro comportamento em relação ao Bruno?

As pessoas passam por nossas vidas. Eu que o diga. Para mim, pessoalmente falando, dizer que elas "passam" me dói o coração. Não consigo simplesmente "passar", é um verbo um tanto quanto simples e infeliz para mim. Me dá a idéia de transitoriedade, como se eu estivesse eu estivesse caminhando por uma rua, sem olhar para os lados. Apenas para a minha frente, ou para o chão.

Quando nos lembramos do João ou da Maria, do que nos lembramos? Que tipo de memória queremos ter?

Tudo isso me faz pensar que tipo de base para as nossas memórias nós temos. A base "boa" é aquela que me dá privilégios, que me dá títulos (e olhe lá!), que me faz saltar para cima. Nos lembramos dos amigos que nunca nos questionaram, nunca brigaram com a gente, sempre riem e dizem "sim, sim". Sempre estão dispostos a fazer o que queremos, esses "não passam" por nós, queremos tê-los sempre ao nosso lado. É como um troféu, ou um talismã: sem vida, sem interatividade.

As pessoas que passam por nós são aquelas que entram no elevador e não se conversam. Se tiverem o mínimo de educação - coisa difícil hoje em dia - dirão no máximo um "bom dia". Elas apenas passam.

Olhando para o Nazareno, vemos como ele olhava para as pessoas. Aqueles que queriam que Ele passasse por suas vidas (a multidão) Ele mostrava misericórdia, dando muitas vezes o que eles queriam. Eles queriam o que Ele podia oferecer, queriam conferir se valia a pena, se era aquilo tudo mesmo que estavam ouvindo. Queriam "o Jesus que passa, e pronto". Apesar de Sua missão, muitos o viam desse jeito. Por isso a gritaria final, palavras torpes e cuspe em seu rosto na última caminhada antes da cruz. Quando "o bicho pega", os que passam não existem mais. São presos na prisão da memória má, daquela que assassina e julga com tamanha intrepidez que nem o Deus dos céus poderia mudar. C'est fini.

Jesus se relacionava com as pessoas. Interagia com elas. Sentava, conversava, ensinava. Hoje em dia é um desafio e tanto, tanto para o "clero" (pastores, líderes) como para os "súditos" (povo nosso). Me lembro de um amigo que me surpreendeu um dia ao falar que começou a congregar em minha igreja porque tinha sempre um rapaz que apertava sua mão no final do culto. Sua decisão foi baseada em uma memória de um aperto de mão. Quem diria...

Se eu tivesse a oportunidade de ver o Bruno, eu o abraçaria. Abraçaria e o agradeceria por tudo o que ele fez quando usava a camisa 1 do Flamengo. É fato, é notório, qualquer um pode ver os vídeos antigos dele em sites esportivos, ou simplesmente se lembrar do que ele fez "nos bons tempos". Assim como também é notório e fato o que ele tem passado no momento, pois colhemos o que plantamos. Se ele é realmente culpado pela morte da moça (como tudo indica que é), terá que colher as consequências de um erro cometido.

Então, o que me faz pensar é como eu me relaciono com as pessoas. São elas, aquelas que simplesmente "passam" por mim? Ou sou eu que "passo", apenas? Que tipo de base para a minha memória eu prefiro ter? O que me leva a me lembrar disso ou aquilo?

É interessante ler alguns relatos dos reis que passaram (no literal) por Israel. Todos foram confrontados ao "exemplo maior", do mais famoso rei que esse povo já teve, o rei Davi. Era interessante ver como Deus falava do já Davi que passou, como Ele se referiu à ele na decadência de Salomão, ao dizer "...que seu coração já não era perfeito para com o Senhor, seu Deus, como fora o de Davi seu pai" (1 Reis 11:4).

Peraí? Davi, com coração perfeito? E aquela histórinha de Urias?

A lembrança de Deus estava (está) em Sua própria Graça. Uma Graça de "dois caminhos": o do perdão e da responsabilidade. Em Jesus, temos este maravilhoso filtro. Davi, por ter sido sincero e buscado a tal perfeição, cai na Graça que o levanta como "perfeito". Davi não "passou" por Israel, nem poderia passar. Antes mesmo da coroa, já demonstrava quem ele era. O que ele era, lhe trouxe a coroa. E o reconhecimento de, mesmo com falhas, que ele tinha um coração conforme o Coração maior.

Tomemos cuidado com as pessoas e com nossas lembranças. Paremos de passar por meio delas, vamos ao seu encontro. Vamos sentar e enriquecer nossas memórias com o que pode trazer esperança. Afinal de contas, espero que meus amigos se lembrem de mim da melhor maneira possível. Não falo de holofotes, falo de amizade, pura e simples.

Quanto ao Mengão, devido nossa tradição e memórias, não posso deixar de continuar torcendo. "Ano novo, vida nova", não é o que dizem por aí?

Saudações Rubro-Negras!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dá para subir o morro ou não?

Faz um pouco mais de uma semana que temos acompanhado notícias que mexem com todos nós. Para um carioca como eu, é triste ver que mais uma vez o descontrole se torna nosso principal turista. Existem muitas razões para o fato, é possível escrever uma lista de razões mas não irei fazer isso. Não agora.

É uma pena que o tráfico chega primeiro que nós. Uma pena que a polícia chega em segundo.

Por quê uma pena?

Porque nós temos muito a oferecer, mas agimos como se não tivêssemos nada. Agimos como pobres coitados, cercados com muros enormes e portas trancadas a sete chaves. Nos enfiamos no condomínio do preconceito e ainda por cima levantamos nossas mãos aos céus. Uma ignorância, não é verdade? Ou, no mínimo, ficamos "sobrevoando" de longe em nosso "céu, lindo céu", olhando traficantes e pessoas fugindo. Vamos, em nome de Jesus, sair do helicóptero...


Imagine agora mesmo a igreja onde você congrega. Você se lembra do "João" e da "Maria", um pediatra e uma psicóloga, respectivamente? Se lembra também daquele adolescente que organiza jogos de futebol com outras igrejas? E aquele rapaz novo que chegou, que é TI em uma empresa privada?

O que tem em sua igreja?

Posso te garantir que somos um poço de talentos. Me desculpe o trocadilho das letras (risos), mas é a pura verdade. Me entristece saber que o Rio possui o segundo (ou terceiro) maior número de evangélicos do país. De que adianta o grande número se o sal não sai do saleiro? A Penha que o diga!

Nossas igrejas estão abarrotadas de pessoas capazes, com dons e talentos, com profissões que poderiam mudar a imagem das nossas favelas, de nossos morros, de nossos bairros. Pessoas bem perto de nós, as vezes vizinhos, só esperando que saiámos de nossos cultos para que possamos cultuar o Deus de Amor junto a eles. E quando falo "cultuar", falo muito mais do que levar uma caixa de som, microfones e violões. Falo de ação, de serviço, falo de ministério.

Ministério que não serve, não é ministério. É o que chamo de "pirâmide de Faraó". Isso mesmo, é no máximo um túmulo sultuoso (sempre à mostra) para pessoas grandes, "faraós". Pensam que são imortais lá dentro, mas não passam de trapos. Por causa disso, não saem das pirâmides. Ficam lá, presos, como "reis do passado".

Você já parou para imaginar se subíssemos o morro? Já parou para imaginar se fossemos lá para cima para servir essa gente tão carismática, tão criativa, tão lutadora? Já parou para imaginar se tivêssemos uma creche para as crianças com acompanhamento psicológico às famílias, facilitando as vidas das muitas mães que lá existem? Já imaginou se tivêssemos lá um centro profissionalizante para adolescentes?

Que futuro teríamos? Posso te dizer que o Caveirão não iria aparecer nos noticiários como antes.

O pior de tudo é que só ficamos na imaginação. Olhamos para as escadas da Favela e nos assustamos, ou pior: fazemos só vigílias de oração. Como seria fácil se Gabriel e Miguel pudessem descer lá no Complexo do Alemão, não é mesmo? Que é bom interceder, eu estou de pleno acordo mas plenamente contra as muitas palavras já sabendo o que precisa ser feito.

Esqueceu o que Deus falou para Moisés? "Pára de orar rapaz! Vai, anda!" (Êxodo 14:15).

O Complexo do Alemão é realmente complexo. Segundo estatísticas, possui um dos piores indicadores sociais do Rio. Dos 158 bairros, esta região ocupa a 149 posição no IDS (Índice do Desenvolvimento Social) da cidade. Chegaram a esses números depois de avaliarem o saneamento básico, qualidade habitacional, grau de escolaridade e a renda da população carioca. De acordo com o já defazado Censo de 2000, existem(iam) alí cerca de 65.026 pessoas, em 18.245 domicílios, em um complexo formado por 14 favelas. Juventude fora da escola, mães precoces e sem renda alguma. Violência? "Fála sério doutor", tem muita, assim como em todo lugar onde não é assistido de forma digna. Resumo: o Complexo do Alemão nada mais é do que um palco enorme onde podemos - enfim - nos apresentar.

Não precisa subir o morro para ver confusão, basta olhar para o lado (ou para dentro). Você pode ver um rapaz que não devolve o troco de ônibus quando o trocador lhe dá dinheiro a mais. Pode ver uma mulher que aceita uma nota fiscal com um valor maior do que o verdadeiro. Verá pessoas que não declaram imposto de renda por dizerem que não darão dinheiro para um governo que não faz nada.

Ora bolas, e nós fazemos?

Somos muitas vezes tão corruptos quanto aquele PM que vomita no juramento que fez, corrompendo-se. Ser ou não ser, eis a questão.

A hora da gente subir o morro já passou. O sangue derramado já caiu em nossas mãos, você pode ter certeza absoluta disso. Não precisa ser profeta não, basta não ser analfabeto e ler a bíblia como deve ser lida.

Dá uma olhadinha na foto abaixo. É um convite para mim, para você, para a sua igreja. Sim, é um convite. Ele te provoca, te chama "para a guerra", te clama para um encontro:


Pois é mermão, o cara lá de cima tá nos chamando. Falo desse carinha com AR15 na mão, nos chama para um confronto, para saber qual é a tua, nos desafiar a ser o que incansavelmente cantamos todos os domingos.

Vai subir ou não?

Se você não subir, "pede para sair". É vero, pede mesmo. "Já perdeu", como os assaltantes de carro falam em Ipanema. Não tens mais nada para fazer aqui na terra.

Não se preocupe comigo, falo desse jeito porque eu sei o que estou falando (Aliás, não falo do que não sei). Já subí o morro antes, já cantei lá em cima, já joguei futebol lá, já sentei na escada com eles. Já ví um rapaz ser assassinado com cerca de 10 tiros a menos de 20 metros de mim. Já fiquei entre os traficantes e a PM. Já apertei a mão de um assassino.

Nada que eu não me arrependa. "Grata memória"!

E aí? Dá para subir o morro ou não?

sábado, 27 de novembro de 2010

O que o deserto pode nos dizer?

Um dos melhores filmes que já assistí se chama "As Quatro Plumas" (The four Feathers) de Shekhar Kapur. Aconselho a todos verem, pois é muito mais que entreterimento. Coloco aqui algumas observações que ele fez, importantíssimas para todos nós:

O Mistério do deserto

Você não imagina o que o deserto faz com você. Na primeira vez me perguntei o que seria estar só no deserto. Verdadeiramente perdido. Fui à uma parte plana e pedí para a equipe que me deixasse lá.
- Vão, deixem-me perdido um tempo. Depois venham me buscar.
Eles andaram vários quilômetros, mas eu ainda podia vê-los. Eles me ligaram perguntando se eu estava bem, e eu desliguei o celular.
- Não quero ver vocês, por favor, vão embora.
Somente Bob Richardson entendeu o que eu estava tentando fazer. Ele forçou todo mundo e disse: Sei o que pretende, entender o que é etar no deserto. entender do que trata o filme.

Eles se foram e eu não ví nada, não ouví nada. Depois de algum tempo eu só ouvia o som da minha respiração. E, se eu andasse, o ruído da areia sob os meus pés. Nenhum barulho, olhei em volta, e não havia nada. De repente, entendí o que o deserto faz.

Se você superar o medo de estar perdido, sua mente se liberta porque não há nenhuma percepção sensorial externa. Tudo isso é removido, e o interior ganha vida. Você não tem escolha, a não ser ouvir o interior. Nesse dia percebí que seria um filme sobre si mesmo, estar no deserto força você a refletir sobre si mesmo. Força você a isso. Foi o que o deserto fez conosco, com cada um de nós.

Começamos o filme com imagens do império britânico, de pedras, estruturado. No controle. Terminamos o filme com aquela última luta no deserto e decidí fazer o deserto parecer água, fazer as dunas parecerem água. Portanto, a última luta com o último demônio dele foi filmada com velocidade acelerada. Pedi aos atores que deliberadamente chutasse o máximo de areia possível para parecer água espirrando. A ponto de, numa tomada, o antogonista tenta matar Harry afogando-o na areia. Gravei como que tentasse afogar alguém na água. São vários aspectos do design do filme, que permeiam bem de perto a trabalho da câmera, resultam da filosofia básica do filme. Tudo que acontece dita uma aventura e dita a forma cinemática do filme.

Na verdade, você não controla o ambiente. Você descobre que o deserto gradualmente controla você e lhe diz como fazer o filme. Shekhar Kapur

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Unção do Choro

A "Unção do Choro" já existe em muito tempo. Não nasceu no Canadá, muito menos no Brasil. Ela já existe desde que o homem é homem pó, quando ouve o primeiro sacrifício. Só que, nos tempos atuais, o tal "unção" foi diminuido até entrar na lista "de extinção". Desculpe as linhas mas "unção do choro", nada mais é do que arrependimento, humilhar-se diante d'Aquele que É, voltar-se humildemente para Ele.

Um grande homem chorou à um tempo atrás e, quando ví o vídeo, chorei também. Espero que você também chore, que os seus também.

Que nossas lágrimas juntas possam regar nossa indignação, fazendo-nos realmente manifistar o Reino. Veja e chore, por favor...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O que é Igreja?

Boa pergunta... Devo confessar que, faz uns 6 anos, que essa pergunta não sai de minha cabeça e tem sido como um grito aos meus ouvidos, aumentando a cada dia.

O que é igreja?



domingo, 21 de março de 2010

Mais que vencedor

Ser mais que vencedor é um tema "muito batido" no meio evangélico e infelizmente em muitas ocasiões é entendido de maneira errônea. Talvez seja pela vontade louca de fazer da palavra "vitória" algo do cotidiano, mas do jeito que se entende que ela seja. Aquilo que ultrapassar o "nosso" entendimento, não é vitória. É qualquer outra coisa.

Isto apenas significa uma coisa: Deus, condicionado à nós. Miseráveis homens que somos.

Ayrton Senna para mim é um ícone e tanto. Não apenas pelo que fazia nos autódromos, mas também pelas estradas da vida. Todos os que viviam perto dele falam de seu caráter e exemplo e isso, convenhamos, é algo raro para quem é foco das câmeras de televisão. Mesmo aparecendo muito, não gostava de aparecer e, "de letra", dava o seu melhor no volante. O resultado dessas idas e vindas foi uma carreira vitoriosa e um exemplo para muita gente, seja no Brasil ou na Polônia. Todos sabem - e eu não preciso falar - das inúmeras organizações e projetos sociais que ele mesmo ajudava a anos a fio, mas sem nenhuma propaganda.

Será que Ayrton Senna está no céu?

Essa é uma pergunta que não cabe a mim e a ninguém aqui neste planeta azul responder. O que importa - agora - são os valores que ele conduzia e fazia questão de mostrar para todos ao redor. Tenho a certeza absoluta que ele procurou fazer de sua vida algo em abundância, que "estravassa", que ultrapassa os limites do velocímetro do mediocridade. Sabemos que sua família é da igreja Presbiteriana e que foi educado segundo os ensinamentos bíblicos.

Hoje em dia nós somos conhecidos como "pequenos Cristos" e temos o Melhor e Maior exemplo. Mas a pergunta que fica no ar é: será que estamos fazendo o melhor? Será que estamos nos conduzindo de acordo a Sua imagem e semelhança?

Sim, dúvidas pairam no ar e derrapam em nossas próprias palavras. O resultado é morte, é desastre que bate de frente com o obstáculo fazendo de cada um de nós "mortos-vivos" pois não temos o que mostrar. Se não temos o que mostrar, para quê viver? Se nos esforçamos com melancias na cabeça paar mostrar o singelo Nazareno, para que estamos ainda aqui na terra? Então, o mundo com fome e sede de justiça vai buscando outras soluções já que, quando olha para nós, vê a incoerência entre o que falamos-cantamos-oramos-pregamos com a nossa vida.

Viviane fala que Ayrton Senna, quando criança, derrapou feio com seu kart em meio a uma chuva. Em vez de deixar para lá, retomava o volante e muitas vezes derrapava. Ela diz que ele chegava em casa "igual a um pinto molhado". Todos sabem também que, quando começava a chover nas corridas de Fórmula 1, Galvão Bueno brandava a alta voz de que "chegara a hora do Senna". Ele ficou conhecido como o "Rei da chuva". "Ele não teria este manejo todo se não tivesse perdido e reagido", relata sabiamente Viviane Senna

Sim, precisamos saber REALMENTE o que é "ser mais que vencedor".

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tempo para tudo

Olá meus queridos. Faz um bom tempo que não tenho postado aqui, e venho agora em simples palavras pedir perdão. Afinal de contas, escrever é um bom remédio no dia de hoje, tão corrido e cheio de fast-food.

Ganhar tempo escrevendo é complicado. Hoje em dia é difícil pensar, fomos arruinados pela tecla ENTER. Mas a esperança não morre, pois ela continua - e continuará - viva no coração daqueles que servem para servir. E serve aquele que está perto, "conectado" com o seu redor, exalando o Perfume mais poderoso que o Azarro.

A todos os que tem postado aqui, meu obrigado. Aos poucos vou acordando, e escrevendo mais e mais. Que Papai abençoe a todos, em Sua rica e profunda graça.