sábado, 27 de novembro de 2010

O que o deserto pode nos dizer?

Um dos melhores filmes que já assistí se chama "As Quatro Plumas" (The four Feathers) de Shekhar Kapur. Aconselho a todos verem, pois é muito mais que entreterimento. Coloco aqui algumas observações que ele fez, importantíssimas para todos nós:

O Mistério do deserto

Você não imagina o que o deserto faz com você. Na primeira vez me perguntei o que seria estar só no deserto. Verdadeiramente perdido. Fui à uma parte plana e pedí para a equipe que me deixasse lá.
- Vão, deixem-me perdido um tempo. Depois venham me buscar.
Eles andaram vários quilômetros, mas eu ainda podia vê-los. Eles me ligaram perguntando se eu estava bem, e eu desliguei o celular.
- Não quero ver vocês, por favor, vão embora.
Somente Bob Richardson entendeu o que eu estava tentando fazer. Ele forçou todo mundo e disse: Sei o que pretende, entender o que é etar no deserto. entender do que trata o filme.

Eles se foram e eu não ví nada, não ouví nada. Depois de algum tempo eu só ouvia o som da minha respiração. E, se eu andasse, o ruído da areia sob os meus pés. Nenhum barulho, olhei em volta, e não havia nada. De repente, entendí o que o deserto faz.

Se você superar o medo de estar perdido, sua mente se liberta porque não há nenhuma percepção sensorial externa. Tudo isso é removido, e o interior ganha vida. Você não tem escolha, a não ser ouvir o interior. Nesse dia percebí que seria um filme sobre si mesmo, estar no deserto força você a refletir sobre si mesmo. Força você a isso. Foi o que o deserto fez conosco, com cada um de nós.

Começamos o filme com imagens do império britânico, de pedras, estruturado. No controle. Terminamos o filme com aquela última luta no deserto e decidí fazer o deserto parecer água, fazer as dunas parecerem água. Portanto, a última luta com o último demônio dele foi filmada com velocidade acelerada. Pedi aos atores que deliberadamente chutasse o máximo de areia possível para parecer água espirrando. A ponto de, numa tomada, o antogonista tenta matar Harry afogando-o na areia. Gravei como que tentasse afogar alguém na água. São vários aspectos do design do filme, que permeiam bem de perto a trabalho da câmera, resultam da filosofia básica do filme. Tudo que acontece dita uma aventura e dita a forma cinemática do filme.

Na verdade, você não controla o ambiente. Você descobre que o deserto gradualmente controla você e lhe diz como fazer o filme. Shekhar Kapur

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