quarta-feira, 29 de junho de 2011

O que dizer da PL 122?

Amados desse mundo, como vão? Recoloco aqui, as palavras do Caio sobre a famosa PL 122. Ao recolocar, digo para todos também a minha opinião sincera sobre o assunto, já que muitos sites e blogs cristão tem tratado do assunto como "direito civil", religiosidade cega", e outras coisas que não vem ao caso. Está aí a razão pela qual eu passo para vocês o que penso sobre esse assunto tão polêmico nesses dias.

Boa leitura!

" Muita gente vem me escrevendo acerca do tal Lei Contra a Homofobia pedindo de mim uma opinião, a qual, tendo em vista que em geral os “religiosos” são homofóbicos mesmo, não me interessei nem em ver o texto e menos ainda em discuti-lo. Ontem, no entanto, atendo ao pedido de uma pessoa amiga e que ocupa o cargo de Senador da Republica, li o texto a fim de dar a minha opinião.

Ora, a simples leitura do texto do projeto de lei me evidenciou de saída o fato de que o tal projeto não apenas incorre em várias inconstitucionalidades, mas, também, muito além disso, cria precedentes hostis e perversos, sem falar que dá, em tal caso, aos queixosos homossexuais, um poder de arbítrio sobre inúmeras áreas da vida comum, gerando o espaço legal para grande quantidade de exageros e exacerbações.

Em minha opinião o projeto de lei é inconstitucional na forma como está redigido, pois, gera uma soberania de direito ao grupo que demanda tal direito, que, pela própria natureza da formulação legal, anula outros direitos superiores e bem mais antigos em sua legitimidade.

Por exemplo, por tal lei, no caso de ela um dia vigorar, os demais direitos universais (como o de expressão de opinião de qualquer natureza, se for contrária às manifestações homossexuais, ainda que escandalosas), serão subjugados pelos direitos de qualidade “Homocráticas” de tal grupo, posto que, pelo bojo da proposta, declara-se mesmo a impossibilidade de discordar publicamente de práticas ou ideologias de conteúdo homossexual.

Ora, a tal PL122 supostamente se fundamenta em direitos inalienáveis, como os que protegem condições intrínsecas dos humanos, como raça, etnia e cor, mas, apesar de tudo, evoca os direitos da própria expressão religiosa (um dos direitos inalienáveis da Constituição), pondo-se em equivalência com aquilo que sendo objetivo não necessita nem de demonstração e nem de prova, como é o caso de uma raça ou etnia.

Uma raça é uma raça. Uma etnia é uma etnia. Portanto, são realidades universais e objetivas em sua constituição.

Não é a mesma coisa com a condição homossexual, a qual, como se sabe, tem casos de homossexualidade inata e intrínseca, tanto quanto também possui uma enorme quantidade de casos que não carregam traços inatos da condição, mas apenas configuram uma “escolha”, não sendo, dessa forma, em hipótese alguma, algo que possa ser universalizado como universal é o direito de uma raça ou etnia.

Isto sem falar que a PL 122 também cria, de modo inerente, uma espécie de vitaliciedade empregatícia. Sim! Pois com as descrições de direito que teria um suposto homossexual ante um patrão (podendo ele alegar pela via da simples queixa que está sendo objeto de discriminação, não importando o grau de objetividade e de constatabilidade da denuncia) - todos os patrões são postos na difícil situação de temer despedir um funcionário homossexual, por qualquer que seja a razão trabalhista ou funcional, em razão de que sob ele pesará a possibilidade de ser condenado pela subjetividade ou até mesmo esperteza e ou maldade do funcionário queixoso.

Há de se ter leis que protejam os homossexuais de toda forma de discriminação real e objetiva. Do mesmo modo, há de se ter sempre leis que ao garantirem os direitos de minorias não o façam contra a expressão da maioria.

A presente PL 122, todavia, vai além da proteção aos direitos dos homossexuais, e, por outra via, passa a ser uma lei de Homossexualismo ao invés de ser um lei de proteção ao direito de ser homossexual numa sociedade democrática e pluralista.

Acho fundamental aqui fazer duas distinções que julgo importantes:

1. Homossexualidade não é homossexualismo. Homossexualidade pode ser uma condição psíquica ou até congênita (ainda a ser completamente provada, e, até agora, relacionado à minoria dos casos), a qual, na maior parte das vezes, é praticada com descrição e recato natural, assim como deve proceder um heterossexual sadio. Já o homossexualismo é ideológico, político, impositivo, catequético, fundamentalista em seu fervor fanático, e, sobretudo, trata-se de um movimento “sindicalizante” e hostil. Ora, a presente PL 122 é tipicamente um projeto de lei homossexualista e altamente ideológico.

2. Direitos Universais são caracterizados pela inafastabilidade objetiva da condição existente. Assim, etnias e raças carregam a si mesmas em seus direitos universais. Ora, o mesmo não se pode dizer da homossexualidade, a qual existe em estado de profunda subjetividade, além de que está há anos luz de distancia de qualquer coisa que se possa chamar de condição universal. Desse modo, creio que a presente PL 122 faz universal um particular da existência humana. Ora, em tal caso, creio que uma outra PL deve ser proposta, mas que não carregue em si “direitos” que soneguem outros direitos universais já estabelecidos e por todos aceitos como fruto do bom senso.

Aqui me eximo de falar sobre outras implicações do presente Projeto de Lei 122, posto que a meu ver são apenas reações angustiadas ante à desvairada propositura da PL122, mas que não tratam das questões de sua inviabilidade Constitucional.

Isto posto de modo muito rápido, concluo dizendo que creio que o que de melhor se faria seria derrubar tal PL122, e, no lugar dela, que parlamentares equilibrados, e que, portanto, não fossem nem militantes homofóbicas e nem militantes homossexualistas, propusessem um novo projeto de lei, o qual deveria dar respeito e dignidade aos homossexuais em nossa sociedade, ao mesmo tempo em que eles não fossem feitos os juizes e os executores de leis conforme se prevê nesta fatídica PL122.

O meu temor agora é pelas manifestações de amanhã, como Silas, Linhares e Cia. LTDA vociferando ódios, de um lado; enquanto, do outro lado, os “homossexualistas” ganham mais um argumento apenas assistindo o destilar do ódio de seus opositores.

A PL 122 é uma desgraça. Pena que não é apenas ela, pois, sendo justo, tem-se que admitir que os modos da refutação sejam tão cheios de ódio e de homofobia, que, por tal razão, até quem está errado fica certo pelo ódio do antagonista.

A verdade tem que ser seguida em amor. Pois, do contrário, até a verdade se torna mentira quando os modos são os do ódio.

Podendo escrever muitas outras coisas, mas atendo-me apenas a estas, peço as orações de todos, pois, o resultado de tudo isto pode ser a criação de muito mais ódio numa sociedade que está perdendo por completo o amor e a reverencia pelo próximo.

No espírito que Dele tenho aprendido,
"

Caio Fábio

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eduardo e Mônica

terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando tudo dá errado

Era tarde, tinha várias coisas para fazer, embora o mesmo soucis (inquietação). Mas tudo bem, problemas existem para serem resolvidos, não é mesmo? "Então vamos lá fazer algumas chamadas internacionais e colocar um ponto final nisso", pensei.

Tolo que sou.

Pois bem, minha assinatura no Skype acabou e não foi renovada. Estranhei. Tá certo que houve um problema com a empresa terceirizada no Brasil, mas o susto maior foi quando descobri que meu cartão não existe mais.

"Como assim?".

O cartão com altas e boas anuidades sumiu do sistema. Liguei para o Fone Fácil (que paradoxo!) e descobri que meus dados que sei de cor e salteado não batem com o que eles possuem no sistema.

"Acho que errei algum número, não é possível!", retruquei comigo mesmo.

Tento de novo. A moça do FoneDifícil me diz a mesma coisa, "dados não conferem".

Eu não sou besta, embora alguns pensem que eu sou. Faz mais de 10 anos que mexo com Internet Banking, que visito a agência do banco, que "mudo de endereço". Nada é "novo" para mim. Mas para evitar surpresas inesperadas, antes de viajar novamente, conferi tudo. Estava tudo certo, tudo tranquilo, cartas e extratos chegando no endereço que queria, acessando minha conta normalmente e vendo os extratos do cartão de crédito.

Ligo novamente, mas agora para falar com meu gerente. O jovem rapaz, super educado e gentil, me deu todas as dicas. Conferi com ele todos os meus dados, para ver se os meus dados eram realmente meus. Ele checou tudo, nada de errado, mas eu precisava enfrentar a bendita musiquinha e falar com alguma moça do FoneDifícil.

FoneDifícil:
- Olha, infelizmente os dados não conferem

Miserável Homem que Sou:
- Como assim não conferem?

FoneDifícil:
- Alguns dados que o senhor falou não conferem com o sistema. O senhor precisa ir na sua agência e conversar com seu gerente

Miserável Homem que Sou:
- O que acontece se eu estiver na África?

FoneDifícil:
- O senhor precisa conversar com o seu gerente e conferir os dados com ele, se realmente são os mesmos ou se foram atualizados

Miserável Homem que Sou:
- Menina, eu acabei de fazer isso. Aliás, já faz três vezes que tento resolver isso com vocês. Já liguei para minha agência umas quatro vezes, se não estou enganado. Estou fazendo uma ligação internacional, gastando todos os meus créditos do Skype e sem poder adicionar mais um centavo pois o cartão que sempre uso está bloqueado, sem eu saber por quê

FoneDifícil:
- O senhor pode usar o telefone impresso no verso do cartão e fazer uma chamada a cobrar (FoneDifícil)

Miserável Homem que Sou pensou em dizer mas não fez pois estava nervoso:
- Como se "chamadas a cobrar" funcionassem em todos os países de terceiro mundo. Vocês precisam pensar que nem todos os clientes internacionais que possuem vivem nos EUA ou Europa. Eu, por acaso, estou na África. E aí? "Tô nem aí", cantam vocês?

Enfim...

Quando eu vi meu tom de voz aumentar, devido ao problema no sistema deles e não na minha cabeça (meu gerente falou que os dados que eu disse estavam corretos), parei de vez. Tive vontade de desligar o Skype na cara da menina, mas ela não tem culpa alguma.

Antes meus dados estavam ok. Agora não estão mais. Ou será que eu sonhei que atualizei meus dados em sonho e visão, em vez de ser no mundo real. Ou será que estou na Matrix? Na verdade, quem está errado sou eu mesmo.

Amanhã o Errado (Miserável Homem que Sou) vai tentar novamente até gastar os 40 centavos que ainda restam na minha conta Skype. Será que consigo esse milagre, já que cada minuto custa 14 centavos e ontem eu passei 7 minutos ouvindo musiquinha?

E alguém me disse que, agora, a empresa que não atender em menos de dois minutos será multada. "Meu Brasil Brasileiro".

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Esqueça-se

Ontem eu estava em uma cafeteria, como de praxe. Isso é normal para os homens daqui, já que é nesse lugar que eles se encontram para ver os jogos do Barcelona. Nele também jogam conversa fora, se encontram para fazer negócios, além de tomar um bom e forte café. É nesse lugar também que aproveito para estudar um pouco o Árabe, colocar os exercícios em dia enquanto espero o horário da minha filha sair da escola.

Enquanto eu respondia os exercícios da escola, tive que parar por um momento. Fui interrompido pela curiosidade: alguém que falava na televisão, um homem com sua criança no colo, reclamando à plenos pulmões do que está acontecendo na Líbia. Em seguida ele começa a chorar (como o seu filho nos braços), para a TV mostrar, logo em seguida, o corpo de uma pessoa, morta. Não demorou muito para a TV Aljazeera mostrar inúmeras imagens de pessoas orando nas mesquitas aos prantos. Olhando para o céu e com as mãos estendidas. Todos ajoelhados como costumam fazer quando oram, chorando e clamando para Allah. No meio dos clamores do povo, a TV mostrava trechos de desafio do atual presidente da Líbia, Mohamar Kadafi (sinta a foto).

Eu tive que sair do café, nos dois sentidos. "Saí" para poder pensar no que essa gente está sofrendo, tentado imaginar como Papai tem ouvido os gritos deles. É uma realidade distante da minha pois lá estava eu, confortavelmente sentado e estudando ao cheiro do café. Porém, isso em nada mudou meu pensamento de que precisamos olhar a nossa volta e "fazer valer" (repare as aspas) aquilo que somos (ou deveríamos ser). Em seguida, saí - literalmente - do café para buscar minha filha na escola, mas as imagens continuam na cabeça, e tive que conversar com Papai a respeito. Afinal de contas, Ele é “todo ouvidos” para aqueles que falam segundo o Seu coração. É preciso um "basta" no que está acontecendo na Líbia.

Bom, eu sei que a grana tá curta, apertada. Sei o Barcelona é o campeão da Champions League (com todo o merecimento). Também sei que a queda do avião da Air France vôo 447 (2009) durou apenas 3 minutos e meio. Fiquei sabendo da decisão da Dilma em vetar o tal "kit anti-homofobia" e que, ao que parece, foi uma decisão "ajudada" pela ameaça dos deputados evangélicos em sujar mais o Palocci, braço direito dela. Isso nada mais é do que uma demonstração de "poder" deles, baseado não no óleo, mas na politicagem e jeitinho. Afinal de contas, parece que a influência deles é nula. Só vale mesmo a ameaça... Mas não se importa os meios, o que importa é conseguir o que quer. Na falta do normal, vamos de anormal mesmo.

Mas o que tem a ver Barcelona, kit anti-homofobia, vôo 447 e a Líbia?

Muita coisa.

Tudo tem a ver, pois nós estamos no mundo. O mundo que gira sem parar, desde que foi criado e, por causa da distância com Papai, sofre as conseqüências do amor frio e indigesto que gira e contagia à sua volta. Pois sempre temos o "meu" buraco, o meu problema, minhas coisas a resolver. Isso tudo é verdade. Mas o "meu" não pode me cegar para a minha responsabilidade. Precisamos olhar o mundo como Ele olha. Viver na África do norte, uma região em extremo "rebuliço" (embora onde morarmos não vemos problemas aparentes), nos faz repensar muita coisa. O que tem que ficar na mente é que o que vale eternamente. O resto é resto.

Eu só quero compartilhar com você um convite que eu fiz a mim mesmo. Esqueça o "meu". Esqueça os "seus" problemas, as coisas que precisas resolver, coloque-as de lado por um momento. Por mais que você não tenha acesso as imagens que eu vi na cafeteria essa semana, imagine por um instante se a cidade onde mora fosse bombardeada. Tropas guerreando entre si. Eu não quero imaginar, por exemplo, se eu tivesse um membro de minha família nesse vôo 447, mas eu posso orar pelas famílias. Como eu perdi meu pai estando bem longe e sem poder voltar para sepultá-lo, acho que consigo sentir um pouquinho da dor deles. Mas será que eu preciso passar pela dor para poder, enfim, "sentir com" (empatia)?

Lembre-se sempre, pelo amor de Deus, que nós vivemos em um mundo que sofre. E muito. Sofre pelas desigualdades sociais, pela imoralidade desenfreada, sobre por causa de seus líderes "à la Kadafi" (Líbia). Sofre também por causa de nós, pois vemos as coisas passarem pelos nossos olhos com a mesma rapidez que o Jornal Nacional troca de reportagem. Em um momento o Bonner cita o problema na Líbia, para em menos de 2 minutos sabermos como o Barcelona ganhou o título. E assim vamos "vivendo" entre aspas, como se nada existisse em nossa volta. Em vez de peregrinos, somos "turistas na terra": tira uma foto bonita ali, outra acolá, compra um souvenir. Não há envolvimento com as coisas "da terra", já que "a minha pátria não é aqui". Caminhamos esbarrando nas pessoas e dizendo, "desculpa, tô olhando para o céu".

Temos motivos de sobra para "se interpôr" (interceder) por estes que passam por lutas imensas, que precisam do toque do Seu amor. Não estamos em prisões embora vivendo em um planeta "em prisão". Mas vivemos para viver os "belos cânticos de Sião" que falam da bondade, da misericórdia, da fidelidade e do Amor. Amor de d'Ele, que em Seu Filho, nos libertou de tudo. Inclusive de nós mesmos.

Que Papai nos junte, em uníssono, em prol deste mundo que sofre e geme. Ainda há tempo de parar de beber café, de dobrar os joelhos, de arregaçar as mangas.

De alguém que chorou tomando café