quarta-feira, 10 de abril de 2013

DNA. CELINA


Complicadíssimo convencer o Seu Davi para que ele levasse o menino ao seu trabalho. Mesmo que isso só fosse permitido quando o garoto ficava de férias na escola, era realmente difícil. Difícil de acordar cedo, sair cedo e chegar cedo.

Mas quando o garoto ia, via a igreja como nunca: vazia. Aquele lugar grande, cheio de gente nos dias de domingo, se transformava no "lugar do meu pai". Foi dessa forma que o menino subia o suntuoso púlpito sem ninguém ver (e condenar) e ter a visão que aquele "homem de preto" tinha quando falava para a gente. Sem falar nas descobertas e andanças "livres" pelos corredores da igreja. Isso sim era o máximo!

Em meio as muitas andanças, tinha a Dna. Celina em sua sala. Tudo era arrumado e ela arrumava muitas coisas. Sempre com o telefone em suas mãos. Apesar de sua atividade ser completamente diferente do Seu Davi, Dna. Celina era bem próxima dos três (dele e seus irmãos). E os três bem próximos dela. É óbvio que o garoto pôde conhecê-la como se deve: muito além da sala, das arrumações e atendimentos de telefonema. E isso era mais do que o máximo.

O tempo passa, sempre passa. Seu Davi se foi, tio Samuel e tio Mizael também. O menino foi crescendo e os corredores da igreja foram mudando de cor. O garoto viajou para longe, mas sempre procurando saber o que estava acontecendo nos corredores da igreja. Dna. Celina foi crescendo também, mudando de condição e já não estava na sala da secretaria. Os anos foram se passando, e com certo custo ia a igreja que ela conhecia a dedo.

Agora a Dna. Celina se juntou aos três de vez. Não tem volta, louvado seja por isso. Sua condição mudou definitivamente para aquela que os anos não podem mais interferir. A eternidade - já em seu coração - efetivou a morada no mesmo, agora totalmente transformado.

Quanto a gente, fica a saudade das conversas aos redor da mesa (com as marmitas abertas), das piadas e brincadeiras que eles faziam um com os outros. O menino já não e mais o mesmo, mas as lembranças são as mesmas. Dna. Celina agora está no patamar que lhe é devido. E isso ninguém aqui na terra pode dar. Nem igreja nenhuma, nem o Seu Davi, muito menos o garoto.

Dna. Celina, obrigado. Fique sabendo que estamos aguentando firme. Daqui a pouco chegaremos todos aí.

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